segunda-feira, 30 de março de 2009

caxinas


[fotografia: magui ribeiro]
.

a exposição “caxinas”, de margarida ribeiro, insere-se na QUEIMA do JUDAS 2009. inaugura na próxima quarta-feira, dia 1 de abril, no muro principal da av. 25 de abril, em vila do conde. o momento da inauguração é consagrado mais à noite, pelas 22 horas, no café "O Pátio", com a apresentação do projecto "Take Care", uma performance musical experimental onde os mentores, paulina almeida (voz) e martin ertl (electronica), desenvolvem uma interacção entre formas de arte, artistas e público.

"nas caxinas conta-se uma história particular. neste lugar de vila do conde, zona de pesca e de mar, de rijeza e de humildade, há um povo que lutou pela sobrevivência a bordo de um barco.
nas caxinas ouve-se o riso e vê-se a cor. por todo o lado, apesar das gentes sempre vestidas de preto. não há família caxineira que não tenha perdido alguém no mar.
nas caxinas vive-se com emoção. com orgulho nas raízes. com a coragem e a revolta dos dias vividos no limite do medo. com um dialecto que é único. são “estátuas de bronze a andar”, os caxineiros da poesia de josé régio. não se sabe a origem da palavra. poderá vir do latim “cachinare”, que significa rir às gargalhadas.
nas caxinas vive-se em casas de azulejos alegres, com peixe a secar nas cordas a meias com a roupa preta. faz-se do passeio público um quintal. passa-se a velhice entre as memórias, as agulhas de tricot, o baralho de cartas e a conversa com quem passa.
nas caxinas já quase não se vive das artes de pesca. filho meu não há-de lá ir parar… e as gerações mudam porque não há futuro no mar
".

.

Sem comentários:

Enviar um comentário